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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O que ensinar de finanças nas escolas

Finalizando o artigo sobre a grade curricular ideal de Educação Financeira nas escolas e sempre levando em conta a perspectiva de longo prazo e aprendizagem continuada, apresento aqui uma idéia de como seriam os tópicos a serem levantados na classe. Nunca esquecendo que fundamentalmente o principal objetivo é desenvolver nos alunos a reflexão e o espírito crítico.
  • Dos 8 aos 9 anos (3ª a 4ª series):
    - A diferença entre necessitar e desejar.
    - Como reduzir os desperdícios em casa. (de comida, de energia, etc.).
    - Desenvolvimento da mentalidade de solidariedade: A importância de se doar tempo e parte dos ganhos para aquilo que comumente chamam de "caridade". Esses recursos não devem ser vistos apenas como filantropia, mas como investimento social.

  • Dos 10 aos 14 anos (5ª a 9ª series):
    - Juros simples e Compostos.
    - Responsabilidade social e cidadania: A solução de muitos problemas não deve depender apenas de governos.
    - Noções de Poupança: acompanhamento mensal (até a 9ª série) de uma conta virtual ou mesmo real, estimulando o aluno a ter sua conta individual (sempre com valores compatíveis com a realidade que vive), e com os objetivos desafiadores e bem definidos.
    - Pesar prós e contras de cada aplicação; saber qual a hora de gastar o ganho obtido.

  • Dos 15 aos 17 anos (1ª a 3ª do ensino médio):
    - Noções de Renda Variável, taxas, capitalização, financiamentos, etc.
    - Carteira virtual na bolsa: aproveitando-se os ambientes de internet que já oferecem gratuitamente serviços de simulação financeira (inclusive de compra e venda de ações em bolsa).
    - Desenvolvimento do espírito empreendedor.
    - Análise de casos e do mercado financeiro, tanto nacional quanto mundial, dos erros do passado e suas conseqüências.

Acredito que esses tópicos sejam minimamente suficientes para permitir o desenvolvimento de uma mentalidade saudável com relação ao dinheiro no longo prazo. Nada impede, se houver mais aulas disponíveis durante o mês, que se incluam outros temas recentes ou se aprofundem mais os conhecimentos com outras abordagens práticas.

Importante também salientar que ao se abordar esse assunto nas aulas de matemática e não em uma disciplina separadamente, acaba se criando um ambiente mais sério e disciplinador, além de dar o tom de continuidade necessário ao melhor desenvolvimento da aprendizagem prática para o cotidiano das pessoas.


Um comentário:

  1. Assunto estremamente relevante, considerando a "mania" que o nosso povo tem de gastar.
    Creio que se houvesse a inclusão da educação financeira nas escolas muitas pessoas passariam a poupar, ao invés de se endividar, tônica frequente entre os brasileiros, cujos 13°s salários servem, na melhor das hipóteses, para quitar dívidas.
    Elusia

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