Finalizando o artigo sobre a grade curricular ideal de Educação Financeira nas escolas e sempre levando em conta a perspectiva de longo prazo e aprendizagem continuada, apresento aqui uma idéia de como seriam os tópicos a serem levantados na classe. Nunca esquecendo que fundamentalmente o principal objetivo é desenvolver nos alunos a reflexão e o espírito crítico.
- Dos 8 aos 9 anos (3ª a 4ª series):
- A diferença entre necessitar e desejar.
- Como reduzir os desperdícios em casa. (de comida, de energia, etc.).
- Desenvolvimento da mentalidade de solidariedade: A importância de se doar tempo e parte dos ganhos para aquilo que comumente chamam de "caridade". Esses recursos não devem ser vistos apenas como filantropia, mas como investimento social. - Dos 10 aos 14 anos (5ª a 9ª series):
- Juros simples e Compostos.
- Responsabilidade social e cidadania: A solução de muitos problemas não deve depender apenas de governos.
- Noções de Poupança: acompanhamento mensal (até a 9ª série) de uma conta virtual ou mesmo real, estimulando o aluno a ter sua conta individual (sempre com valores compatíveis com a realidade que vive), e com os objetivos desafiadores e bem definidos.
- Pesar prós e contras de cada aplicação; saber qual a hora de gastar o ganho obtido. - Dos 15 aos 17 anos (1ª a 3ª do ensino médio):
- Noções de Renda Variável, taxas, capitalização, financiamentos, etc.
- Carteira virtual na bolsa: aproveitando-se os ambientes de internet que já oferecem gratuitamente serviços de simulação financeira (inclusive de compra e venda de ações em bolsa).
- Desenvolvimento do espírito empreendedor.
- Análise de casos e do mercado financeiro, tanto nacional quanto mundial, dos erros do passado e suas conseqüências.
Acredito que esses tópicos sejam minimamente suficientes para permitir o desenvolvimento de uma mentalidade saudável com relação ao dinheiro no longo prazo. Nada impede, se houver mais aulas disponíveis durante o mês, que se incluam outros temas recentes ou se aprofundem mais os conhecimentos com outras abordagens práticas.
Importante também salientar que ao se abordar esse assunto nas aulas de matemática e não em uma disciplina separadamente, acaba se criando um ambiente mais sério e disciplinador, além de dar o tom de continuidade necessário ao melhor desenvolvimento da aprendizagem prática para o cotidiano das pessoas.
Assunto estremamente relevante, considerando a "mania" que o nosso povo tem de gastar.
ResponderExcluirCreio que se houvesse a inclusão da educação financeira nas escolas muitas pessoas passariam a poupar, ao invés de se endividar, tônica frequente entre os brasileiros, cujos 13°s salários servem, na melhor das hipóteses, para quitar dívidas.
Elusia