Total de visualizações de página

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Como ensinar Finanças nas escolas

A sugestão aqui exposta é apenas um método que acredito ser o mais viável economicamente, pois praticamente não envolve custos diretos, e também menos “agressivos” na ordem já estabelecida, já que não exige alteração da grade curricular das escolas.

Deixo de lado qualquer pretensão de uma sugestão de mudanças mais profundas no currículo escolar que, diga-se de passagem, seria ideal, pois sabemos da baixa qualidade da educação no país. Uma grande reforma do ensino exigiria maiores investimentos, causando certamente uma rejeição imediata, visto que a atualidade educacional que vivemos nos obriga ainda a privilegiar a quantidade e não qualidade. Além disso, a alteração da rotina das aulas e dos mestres poderia provocar o sentimento de ceticismo a grandes mudanças que existe principalmente no ambiente educacional.

E por fim, a reforma educacional ampla não é assunto deste Blog, dadas às inúmeras variáveis envolvidas. Fiquemos, portanto com uma proposta bem mais realista:

Como fazer então?

Capacitar um professor da área de ciências exatas, (o ideal seria o professor de matemática), pois ele já deve possuir raciocínio lógico e capacidade de entendimento analítico, condição minimamente necessária para possibilitar o ensino da disciplina e, mais importante, tem a capacidade de motivar os alunos no entendimento da vida financeira e suas variáveis. Presume-se também que ele tenha os conhecimentos básicos em matemática financeira (juros simples, compostos, diferença entre juros e correção, cálculo de taxas, etc), embora esse enfoque não seja exatamente o principal a ser seguido.

A freqüência ideal da aula de Educação Financeira seria mensal, pois isso possibilitaria um acompanhamento de longo prazo (no decorrer do ano) dos ensinamentos práticos e também dos investimentos que seriam realizados logo no inicio do período escolar. O objetivo aqui seria estimular e acompanhar a visualização do ganho real originado (ou analisar as razões de eventuais perdas). O principal é que as primeiras aulas dêem a visão exata do que se quer no futuro. O decorrer do ano letivo seria o "como" perseguir as metas estipuladas inicialmente. Estipular (eventualmente corrigir) metas realistas, alcançáveis, sempre inseridas no contexto social em que vivem, seria o alvo principal da matéria.

Essas ações criariam um cenário positivo e despertaria a curiosidade natural dos alunos, inclusive daqueles que no primeiro momento não levariam tão a sério a “lição de casa” de guardar dinheiro. A cada aula, gradativamente tomariam consciência do valor que teriam ao observar o investimento dos colegas, ou da turma como um todo, criando uma competição saudável entre eles de acúmulo de capital, simultâneo ao acúmulo de conhecimentos em matemática financeira, estatística, ética (dinheiro dos outros) e técnicas de negociação. Não um simples acúmulo, mas sempre objetivando algo maior, mais duradouro, que tenha impacto direto em seu futuro e no futuro da própria sociedade em que vivem. Essa noção de sacrifício inicial para melhor beneficio posterior seria então incutida e disseminada, podendo estender-se até à própria família do aluno, cumprindo também seu papel social.

Cada turma teria uma conta virtual (ou mesmo real) e cada aluno seria estimulado (não obrigado) a ter também um valor aplicado, a sua maneira, em sua própria conta, testando periodicamente seus conhecimentos, aprendendo a analisar os fatores macroeconômicos que influenciaram em seu rendimento, sempre visando estimular a turma a pensar individual e coletivamente (vantagens e desvantagens de se aplicar sozinho ou num fundo de investimento?).

No próximo post abordarei os tópicos de Educação Financeira a serem ensinados, relacionados com o que penso ser a idade ideal para cada um deles ser apresentado aos estudantes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário